Contribuição em atraso conta para carência do INSS? Descubra como funciona e evite prejuízos

Contribuição em atraso conta para carência do INSS

Muita gente não sabe, mas é possível que contribuições em atraso contem para a carência do INSS, desde que se respeitem alguns critérios.

A carência é o tempo mínimo de contribuições mensais que o INSS exige para que o segurado tenha direito a diversos benefícios previdenciários. Porém, quando há atraso no pagamento, o risco de o INSS desconsiderar esse tempo é grande. Por isso, é fundamental entender em quais situações o INSS aceita contribuições feitas com atraso e quando esse pagamento pode ser um desperdício de dinheiro. 

Pensando nisso, hoje vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Então, não deixe de ler até o final para esclarecer suas principais dúvidas.

Quando a contribuição em atraso vale para carência do INSS?

A contribuição em atraso só pode ser considerada para a carência se o trabalhador já era segurado da Previdência no momento em que parou de pagar. 

Isso significa que, se você nunca havia contribuído ou já havia perdido a qualidade de segurado, o pagamento em atraso não serve para carência, mesmo que haja o recolhimento do valor.

Além disso, é necessário que o pagamento ocorra dentro do período de graça. Fora desse período, o vínculo se rompe oficialmente, e o tempo em atraso não vale para cumprir a carência exigida nos benefícios.

Também é importante lembrar que nem todo tipo de segurado pode pagar retroativamente. O contribuinte facultativo, por exemplo, não pode pagar após o vencimento. Já o individual precisa comprovar atividade remunerada no período. Portanto, nem sempre pagar atrasado é garantia de que o mês será aproveitado.

O que é o período de graça e por que ele influencia na validade da contribuição atrasada?

O período de graça é um dos conceitos mais importantes da Previdência Social. Trata-se do tempo em que a pessoa mantém seus direitos mesmo sem contribuir, ou seja, continua sob a cobertura do INSS. 

Durante esse período, o trabalhador pode, por exemplo, pedir benefícios como auxílio-doença, pensão por morte ou aposentadoria, mesmo sem estar recolhendo mensalmente. 

A duração do período de graça varia. Normalmente é de 12 meses, mas pode chegar a 36 meses, dependendo da situação do contribuinte, como em casos de desemprego. 

Como já vimos, se o pagamento em atraso ocorrer dentro desse período, há grandes chances de o INSS aceitar tanto para fins de carência quanto para tempo de contribuição. 

Como saber se a contribuição em atraso vale para a carência?

É preciso analisar três fatores principais: 

  • Se o trabalhador mantinha a qualidade de segurado na época em que parou de contribuir;
  • Se o pagamento ocorreu dentro do período de graça;
  • E se há comprovação da atividade no caso de contribuintes individuais. 

Isso significa que não basta pagar os boletos em atraso, pois o INSS só vai reconhecer esse tempo se as regras forem cumpridas. 

O melhor caminho então é consultar um advogado previdenciário, que pode analisar o histórico de contribuições e indicar se vale a pena regularizar os meses em atraso.

Além disso, no portal Meu INSS é possível verificar a situação do vínculo e dos recolhimentos. Mas o melhor é nunca pagar nada sem saber se isso vai ter mesmo retorno.

Contribuinte individual pode pagar em atraso e contar para carência do INSS?

Sim, desde que comprove que estava exercendo atividade remunerada no período correspondente. Aliás, esse é um dos principais requisitos para que o INSS aceite o recolhimento retroativo. 

A comprovação pode ser por meio de notas fiscais, contratos de prestação de serviço, recibos, comprovantes bancários ou qualquer outro documento que demonstre a atividade. 

Sem essa prova, o simples pagamento não garante que o tempo contará para concessão de benefícios. Isso porque o INSS entende que o vínculo só existia se, de fato, o contribuinte estava trabalhando de forma autônoma. 

Ademais, se o tempo em atraso for muito antigo, pode haver necessidade de autorização prévia para o pagamento, com base em processo administrativo. Em muitos casos, o ideal é realizar simulação de aposentadoria antes de recolher, para garantir que o investimento seja útil e aproveitável no futuro.

Contribuinte facultativo pode pagar INSS em atraso e recuperar o tempo perdido?

No caso do contribuinte facultativo, as regras são bem mais rígidas. Ao contrário do contribuinte individual, o facultativo não pode pagar retroativamente após o vencimento da guia mensal. Isto é, se a contribuição não ocorreu até a data limite, haverá a perda daquele mês e ele não poderá ser recuperado. 

O contribuinte facultativo é aquele que não exerce atividade remunerada, como donas de casa, estudantes e desempregados que optam por contribuir para garantir cobertura previdenciária. Como esse tipo de trabalhador não tem vínculo com trabalho, o INSS entende que o recolhimento fora do prazo não tem respaldo legal nem vínculo de atividade a comprovar. 

Por isso, é essencial manter os pagamentos em dia para não comprometer a contagem de carência e o tempo total de contribuição. A única forma de recuperar a qualidade de segurado, nesse caso, é voltar a pagar normalmente e cumprir novamente os requisitos de carência a partir dali. 

Se você tem contribuições em atraso e quer saber se vale ou não a pena pagar, fale com um advogado previdenciarista. Assim, ele vai analisar seu caso e orientará sobre o melhor caminho a seguir.

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